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No seguimento do entendimento dos aspectos físicos do local a solução proposta para o projecto procura contribuir para uma harmonia entre o lugar, o objecto e a divindade, recorrendo aos seguintes argumentos da gramática arquitectónica:
Para quem chega, a primeira vista da capela, precisamente a fachada principal, remete-nos para a forma de uma chama, elemento representativo de que é Deus a luz que está presente em tudo que nos rodeia, na natureza, na vida.
O embasamento passa a adquirir uma nova preponderância acentuando o simbolismo do posicionamento da capela. O adro passa a estar um pouco mais acima do actual, remetendo o edifício para uma posição de maior importância quando observado do largo das Babosas. Em contraponto, a zona de implantação da escadaria de acesso passa a ser ladeada por muros obliquamente dispostos, retirando o impacto dos elementos de contenção e abrindo a frente da capela para uma maior exposição visual.
A volumetria da capela, respeitando o momento da nova edificação, mostra uma linguagem de modernidade inequívoca, sublimando linhas de força que mostram um movimento ascendente (para o céu), numa analogia com o recorte das montanhas.
O espaço interior da capela mostra também as mesmas intenções de movimento ascendente. A composição da cobertura provoca uma permanente leitura de linhas que se dirigem para um ponto localizado em cima.
Por outro lado, este espaço que recolherá a imagem de Nossa Senhora da Conceição, a mesma que milagrosamente se salvou da enxurrada, é marcadamente composta por um grande envidraçado que permite ver para o exterior, precisamente ao fundo Presbitério.
Do lado de fora é visível uma cruz de grandes proporções, quase como nos relembrando de um mundo sempre em vigilância de Deus. Esta presença que não está no interior físico mas sempre patente no pensamento, remete-nos para o título litúrgico da Imaculada Conceição que os católicos invocam, professando a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora.
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