Reabilitação
Localizado numa zona residencial, de moradias unifamiliares, a antiga fábrica possui uma imagem característica das restantes casas que a circundam, definida por uma arquitectura típica, com elementos construtivos simples. Os edifícios existentes encontram-se num avançado estado de ruína. No entanto, tendo em consideração o interesse arquitectónico do volume da antiga fábrica, é nosso desejo recuperar aquilo que existe actualmente. Desta forma iremos reabilitar o edifício nas suas patologias, reforçar a estrutura das suas paredes, reparar a cobertura, e assegurar os respectivos acabamentos.
O interior da antiga fábrica será integralmente refeito. Os dois pisos serão mantidos à mesma cota. O piso inferior encontra-se dividido em cozinha, arrumos e uma grande sala de estar. O piso superior albergará 3 quartos de dormir em suite. O programa novo encontra-se inserido neste velho edifício. Estas duas construções confrontam-se. Não pretendemos recriar o ambiente interior que já existiu, até porque o uso que será dado difere completamente do anterior. Pretende-se sim, que se consiga destrinçar com facilidade estes dois momentos. A forma encontrada para o fazer foi criar uma “separação” entre as construções, quase como se elas não se tocassem. Desta forma, os quartos no piso superior desanexam-se das paredes exteriores, encontram-se afastadas. A luz escorre por estas paredes divididas, enfatizando esta divisão, e revelando a nova construção que parece suspensa, apenas estruturada em vigas metálicas horizontais.
O aspecto exterior da fábrica de manteiga será preservado como o original. O volume que se constitui como a antiga padaria de apoio encontra-se num estado que não permite qualquer espécie de reabilitação. A nossa intenção é preservar a sua implantação, a sua volumetria, e características formais. No interior o programa de uma pequena casa divide-se por dois pisos. O piso inferior terá uma pequena sala e cozinha, e, no piso superior dois quartos de dormir e uma casa de banho completam o programa. Esta casa assume-se como uma intervenção nova.
Apesar da manutenção da sua implantação, volumetria, e da cobertura em duas águas, as fachadas encontram uma nova dinâmica com vãos maiores. Todo o edifício será revestido a chapa de madeira, tornando evidente a nova construção e distinguindo-a da antiga, assumindo o tempo em que foi construída e em respeito pela antiga fábrica. Os volumes encontram uma ligação formal muito estreita, inseridos nesta paisagem de grande tranquilidade, que se pretendeu manter inalterada nas suas características intrínsecas.
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