Turismo
“… um jardim belo é a presença permanente da natureza, mas de uma natureza reduzida à proporção humana e posta ao serviço do homem, e é o mais eficaz refúgio contra a agressividade do mundo contemporâneo…” Luis Barragán.
O território Enorme, esmagador, despido de qualquer traço de construção. Este lugar é ainda uma afirmação da natureza da ilha, esculpido sobre o mar. A falésia abrupta confere-lhe um dramatismo invulgar, mas antes podemos imediatamente desfrutar do ambiente repousante de um território infinito.
A filosofia do projecto parte do território, que é o seu corpo privilegiado, e o ponto de partida para o nosso trabalho. A intervenção parte de um estudo profundo do lugar, essencial para se poder elaborar uma proposta que procura uma arquitectura que se molda ao terreno, e que com ele convive sem distanciamento.
A estratégia já se encontra nos muros de canas e da modelação em socalcos presentes nesta paisagem. O espaço define-se naturalmente a partir das curvas de nível. Os socalcos ganham altura e o seu interior começa a ser esculpido de forma natural, tirando partido da inclinação do terreno e da sua orografia dramática. Em cima, os edifícios desenvolvem-se revelando a natureza da nossa intervenção. O extenso programa anicha-se no terreno de forma natural, e o restante sobrepõe-se, mas sem tocar no território, como se pudesse gravitar por cima de jardins. Qualquer intervenção seria sempre uma marca. A intervenção pretende humanizar a paisagem sem mudar o carácter do lugar. De longe queremos ver um apontamento subtil. Na aproximação uns jardins sobre socalcos. O objecto revela-se apenas quando percorrido, tendo sempre como pano de fundo um território quase imaculado, uma falésia imponente e uma vista de mar infinita.
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