Turismo
Este espaço, parte integrante da Estalagem Casa Velha do Palheiro, desenvolve-se na área contígua à estrutura existente mas de forma autónoma. Atrás (a sul) e nas costas do nosso novo volume, o campo de golfe invade o ambiente com o seu imenso verde. De sul para norte, existe um declive de cerca de três metros e meio. Presentemente, este lugar encontra-se coberto de vegetação abundante, protegendo a zona da piscina e afastando o limite do campo de golfe.
A intervenção dever-se-ia encontrar em respeito com as características fundamentais deste lugar. Era importante que a sua volumetria não fosse excessiva embora o programa para um SPA de grande qualidade exija uma área considerável, e que a sua ligação com o campo de golfe fosse suave. Era necessário que a nova construção tivesse uma ligação com a antiga estrutura, mas a arquitectura deveria enquadrar-se de forma mais subtil no terreno. No entanto, um corpo de 470m2 num único piso, tem por regra uma expressão marcada, para a qual a arquitectura teria que responder com algum engenho. A solução adoptada parte desta estratégia de procurar “enganar a escala”, torná-la menos evidente, integrar este módulo no declive natural, quase como uma extensão do campo de golfe, como o seu limite, o lugar onde repousa em socalcos de pedra emparelhada, semelhantes aos usados tão recorrentemente nas paisagens agrícolas da madeira.
O novo corpo encontra-se ligeiramente afundado no terreno, donde emerge em blocos desfragmentados, em cheios e vazios, enquadrados nesta perspectiva de que o território se apropria da obra, e não de uma obra que toma conta da paisagem. A cobertura ajardinada faz a junção entre a vegetação existente e o limite relvado do campo de golfe. A construção funde-se com esta realidade, comunicando com a antiga estrutura através de uma “manga” devidro que separa o antigo e o novo.
Este carácter de comunhão com a natureza, reflecte-se também nos interiores. Há uma grande clareza formal. Os espaços obedecem a uma divisão muito racional, sempre em comunicação com o exterior, mas com grande controlo na forma como o espaço se relaciona com a envolvente. É importante poder desfrutar dos ambientes bucólicos e repousantes deste lugar, mas é também necessário salvaguardar a privacidade de quem usufrui deste espaço. Por isso, há um cuidado muito grande na forma como se explora as aberturas para o exterior, ou em alguns casos, optou-se mesmo por pátios interiores cerrados. Pretendeu-se uma arquitectura de grande homogeneidade, proporcionando um ambiente confortável onde a natureza pode entrar sem devassa.
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